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Evolução Genética para Características Reprodutivas de uma Família na Raça Nelore
Cláudio de U. Magnabosco (1), Ana Paula Madureira (3), Fernando Manicardi (2), Vanessa Barbosa (4), Luis Gustavo Barioni (1), Luiz A.F. Bezerra (5) e Raysildo B. Lobo (5)
Introdução
A exploração da pecuária de corte no Brasil é responsável por aproximadamente
53.12 bilhões de dólares sendo que o PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro
foi de 467 bilhões de dólares. (CNA, 2004) além de se desenvolver em todas as
unidades da Federação (EMBRAPA, 2001). A produção brasileira de grãos também é
crescente, no ano agrícola de 2000/01 foram produzidos 37 milhões de toneladas
de soja destinadas ao mercado externo, e 41,5 milhões de toneladas de milho com
destino principalmente ao mercado interno (AGRIANUAL, 2002). Com a produção destes
grãos são obtidos resíduos com boas características nutricionais, que podem
alimentar bovinos de corte e leite. Porém, a forma mais prática e econômica de
alimentação dos bovinos é mediante as pastagens, e como tal, constitui a base de
sustentação da pecuária no Brasil.
A produção de carne bovina no Brasil atualmente representa 11% da produção
mundial. O Brasil ocupou em 2003 o quarto lugar em maior consumo de carne per
capita do mundo (36,2 kg/ano), além de tornar-se em 2003, o maior exportador
de carne, superando Estados Unidos e Austrália (BRITO, 2003)
O rebanho brasileiro de bovinos é o segundo maior do mundo, constituído de mais
de 167 milhões de cabeças, onde as raças zebuínas contribuem com aproximadamente
80% da composição genética (ANUALPEC, 2002). Nesse contexto, nos maiores criatórios
de bovinos, a raça Nelore tem papel fundamental devido a sua rusticidade e
adaptabilidade em condições diversas. Dentre os animais que a constituem,
existem grandes diferenças no potencial de crescimento, devido a diferenças nos
sistemas de criação e variabilidade genética (MAGNABOSCO ET AL, 2002).
Apesar das estatísticas animadoras da pecuária nacional, a taxa anual de desfrute
tem se mantido próxima à 20%, sem mudanças apreciáveis na última década (TABELA 1),
isto é, 10 a 15 pontos percentuais abaixo do obtido pela maior parte dos países de
pecuária bovina desenvolvida.
Na pecuária nacional um dos parâmetros que mais tem causado prejuízos, além
do potencial de crescimento, é a baixa fertilidade, pela magnitude e os efeitos que
podem causar, em muitos casos levando a inviabilização da atividade pecuária. Esses
baixos índices são evidenciados pela TABELA 2. É óbvio que essa referência se
aplica a grandes populações comerciais, não submetidas a processos efetivos de
Melhoramento Genético, por exemplo. Quando se trata de rebanhos da raça Nelore,
submetidos a processos efetivos de seleção esse quadro se transforma em um cenário
muito mais favorável, no entanto, de bastante complexidade pela quantidade de
variáveis envolvidas no tema: "índices reprodutivos". Dentre os vários fatores
apontados como causa de baixa fertilidade, a genética apresenta-se como uma das
principais causas de insucesso da atividade.
Nesse estudo serão abordadas, do ponto de vista genético, algumas características
que são fundamentais, não só para a raca Nelore, mas para atividade pecuária de
corte como um todo, são essas: Idade ao Primeiro Parto, Produtividade Acumulada,
Habilidade Maternal, Peso Adulto e Perimetro Escrotal.
De acordo com ELER ET AL. (2001), citado por FARIA ET AL, 2004 em qualquer
sistema de produção, a reprodução é um componente essencial para um desempenho
econômico lucrativo. No entanto, as metodologias de análise de características
reprodutivas, medidas diretamente na fêmea, tiveram desenvolvimento mais lento,
sendo até agora pouco exploradas em termos práticos. Isto pode ser explicado devido
a maior ênfase dada pelos programas de melhoramento genético para as características
ponderais, visto que, as características reprodutivas eram consideradas de baixas
herdabilidades e com poucas perspectivas de respostas à seleção.
Segundo PEREIRA (1996), a herdabilidade da eficiência reprodutiva é muito
mais alta do que comumente tem sido quantificado, especialmente em países tropicais.
No entanto, para que os processos de seleção sejam eficazes é fundamental conhecermos
corretamente o comportamento biológico das características reprodutivas, a fim de
verificarmos qual a real contribuição genética e ambiental no fenótipo destas
características, determinando assim, a magnitude da resposta à seleção.
Dessa maneira, demonstra-se que é fundamental a utilização de touros e
linhagens que se destaquem positivamente nessas características mencionadas.
Idade ao Primeiro Parto - IPP
A idade ao primeiro parto (IPP) é uma característica importante na seleção,
pois expressa a precocidade sexual das fêmeas. É facilmente medida e apresenta
correlação favorável com várias outras características relacionadas à reprodução.
Dentre as principais vantagens em se emprenhar fêmeas cada vez mais jovens estão:
menor tempo para retorno do investimento, aumento da vida reprodutiva da vaca e
aumento do numero de bezerros por ano (SHORT ET AL., 1994). A performance reprodutiva
das futuras matrizes depende da idade em que essas fêmeas pariram pela primeira vez
(MARTIN ET AL., 1992).
A IPP é uma característica de fácil mensuração e apresenta correlação favorável
com várias outras características relacionadas a reprodução (NOTTER, 1995). Segundo
LÔBO ET AL. (1994) a idade tardia ao primeiro parto reflete negativamente na
eficiência reprodutiva dos rebanhos, podendo ser usada como critério de descarte de
fêmeas.
Vários autores mencionam que o perímetro escrotal está favoravelmente correlacionado
com características reprodutivas nas fêmeas, tais como: idade a puberdade, idade ao
primeiro parto e intervalo entre partos, o que significa que, ao selecionar os
animais utilizando a característica PE é possível selecionar de forma indireta
suas filhas para terem melhor desempenho para características reprodutivas
(DIAS ET AL., 2000; MARTINS FILHO, 1991; ALBUQUERQUE e FRIES, 1997).
A IPP também apresenta uma correlação genética favorável com o primeiro
intervalo de partos (IEP1) e primeira fertilidade real (FR1).
MERCADANTE ET AL. (1996) estudando estas variáveis obtiveram resultados de
correlação genética de média magnitude e de sentido favorável à seleção de
novilhas sexualmente mais precoces, podendo assim levar a animais mais
eficientes para IEP1 e FR1.
LOBO (1998), em estudo com animais da raça Nelore relata que a seleção para
redução da IPP apresenta um efeito favorável na redução do intervalo entre partos.
MERCADANTE ET AL. (1996) e KOOTS ET AL. (1994) estimaram herdabilidade média
para a característica IPP de 0,30, e GUTIÉRRES ET AL. (2002) na ordem de 0,23.
Resultados similares aos estimados por FARIA (2003) utilizando o método da Amostragem
de Gibbs para estimação dos componentes de variância.
LOBO (1998) estudando parâmetros genéticos de características reprodutivas em
animais da raça Guzerá utilizando o método da Máxima Verossimilhança Restrita
(REML) estimou correlação fenotípica entre idade ao primeiro parto de intervalo
entre partos de 0,43 e correlação genética positiva baixa (0,10).
A idade à puberdade é uma variável indicadora da precocidade sexual, no entanto,
é uma informação de difícil coleta em animais criados de forma extensiva
(ROSO e SHENKEL, 1999).
A existência de variabilidade genética nas características reprodutivas de
machos e fêmeas, e as relações genéticas favoráveis entre os eventos reprodutivos
e as características relacionadas ao crescimento do animal mostram a viabilidade
dos programas de seleção para desempenho reprodutivo em bovinos de corte
(MEYER ET AL., 1990).
Desta forma, é de suma importância o estudo de características
geneticamente correlacionadas com a idade a puberdade, que apresentam
suficiente variabilidade genética e que sejam de fácil mensuração, tais como,
o perímetro escrotal, idade ao primeiro parto e outras (BERGMANN, 1998).
É importante, entretanto, ressaltar que qualquer tentativa de seleção
de fêmeas para eficiência reprodutiva começa por um bom manejo sanitário e
nutricional (PINEDA, 1998).
Produtividade Acumulada - PAC
A eficiência reprodutiva dos rebanhos é o que caracteriza e sintetiza a expectativa
econômica da atividade (FARIA, 2003). As pesquisas mostram que as estimativas
de porcentagem da fertilidade do rebanho bovino brasileiro giram em torno de 50%,
o que atesta o baixo nível do desempenho produtivo das fêmeas bovinas de corte
(PEREIRA, 1996).
No melhoramento genético animal o conhecimento de estimativas de parâmetros
genéticos de características de interesse econômico é pré-requisito para
estabelecimento de um programa de seleção (SIQUEIRA ET AL, 2003). Na literatura
existem poucos trabalhos que analisaram a produtividade acumulada. Porém
o critério mais importante para descarte ou seleção de vacas em um rebanho é
a eficiência de produção das mesmas (MERCADANTE ET AL., 1996).
Várias fórmulas já foram propostas para indicar a produtividade das fêmeas.
BERGE (1965) estimou a eficiência reprodutiva através de uma fórmula que considera
a vaca no último parto, a idade da vaca no último parto, a idade da vaca ao
primeiro parto e o intervalo entre partos. BEZERRA & DUARTE (1980) sugeriram uma
fórmula que considera a idade da vaca ao primeiro parto e o período de gestação.
MERCADANTE ET AL. (2000) sugeriram que fórmulas que procuram englobar em uma
só medida a produtividade, são de fácil compreensão ao produtor, porém devem
ser usadas com cuidado, pois incorporam muitas características de diferentes
herdabilidades e importância econômica. A exploração de bovinos de corte de
maneira eficiente deve-se ao aumento das taxas reprodutivas e do desmame,
da velocidade de crescimento e o aumento na produção de leite
(SHWENGBER & BEZERRA, 2000).
BITTENCOURT ET AL., (1997) após um trabalho utilizando a fertilidade real
para estudo da lucratividade do sistema de produção, concluiu que os animais
mais lucrativos foram aqueles que obtiveram melhor relação entre o desempenho
reprodutivo e a habilidade maternal da vaca.
A produtividade acumulada (PAC) é um índice que indica a produtividade da
fêmea, em kg de bezerro desmamado por ano. Mede a capacidade do animal em se
reproduzir regularmente e a uma menor idade e desmamar animais com maior
peso (LOBO, 1996). A PAC é utilizada como índice de seleção, refere-se a
contribuição da matriz durante sua permanência no rebanho, sendo dependente
da idade ao primeiro parto e do intervalo de partos (SHWENGBER & BEZERRA, 2000).
SHWENGBER ET AL. (2001) estudando os componentes de variâncias e parâmetros
genéticos da produtividade acumulada de fêmeas da raça Nelore, utilizando
o método da Máxima Verossimilhança Restrita, estimaram o coeficiente de
herdabilidade da PAC em 0,15, indicando a existência de variabilidade
genética suficiente para sua inclusão nos programas de melhoramento genético,
o que resultaria na obtenção de fêmeas mais produtivas.
DIAS (2002) utilizando fêmeas da raça Nelore, com estimativas obtidas
pelo método da Máxima Verossimilhança Restrita (REML), obteve a média de
134 kg de bezerros desmamados/ano, e coeficiente de herdabilidade de 0,13.
FARIA (2003), por outro lado, estudando a característica produtividade
acumulada, obteve os componentes de variância pelo método da Amostragem de Gibbs
e encontrou a média de 134,15 kg/bez./ano coerente aos valores reportados na
literatura (ROSA, 1999, SCHWENGBER, 2001), e o coeficiente de herdabilidade
em análise unicarater de 0,25.
O peso do bezerro ao desmame reflete a capacidade da matriz de cuidar da
cria e sua produção de leite (SHWENGBER ET AL. 2001). A PAC contempla o peso
do bezerro aos desmame e o número de progênies produzidas durante a permanência
da fêmea no rebanho.
Peso Adulto - PAV
Segundo ROSA ET AL. (2000), após trabalho de revisão, afirmam que o peso adulto
está relacionado ao custo de mantença e à taxa de maturidade. Além de afetar a
eficiência biológica e econômica dos rebanhos (ROSA ET AL., 2001). O peso adulto
é uma característica importante no melhoramento genético de bovinos de corte,
pois o tamanho da fêmea está diretamente associado ao custo de mantença (ROSA, 1999).
O peso corporal considerado como indicador do tamanho do animal, foi definido
como o primeiro peso obtido (kg) dos 4 aos 12 anos de idade. O PA tem relação com
os custos de manutenção de vacas e com a velocidade de crescimento do animal
(LOBO, 1996).
TAYLOR e YOUNG (1968) definiram o peso adulto como sendo o peso quando o animal
cessa seu crescimento ósseo e muscular e quando atinge 25% de gordura no corpo
vazio.
De acordo com SCARPATI ET AL. (1996) animais maiores são mais tardios e exigentes
em termos nutricionais. Por isso, torna-se imprescindível evitar a seleção de
tipos extremos em peso, para não obter resposta correlacionada indesejável
para outras características de importância econômica.
O objetivo da inclusão da característica peso adulto nos programas de melhoramento
genético seria fornecer subsídios para seleção de diferentes genótipos, em termos
de tamanho, e as condições ambientais disponíveis (ROSA ET AL., 2002). Em ambientes
livres de estresse e com alimentação à vontade, biótipos maiores podem ser mais
rentáveis (ROSA ET AL., 2000). ROSA ET AL. (1998) avaliaram a média do peso adulto
de um rebanho Nelore em 458 Kg. KOOTS ET AL. (1994) em estudo com 25 raças taurinas
estimaram herdabilidade média do peso adulto de 0,51. ROSA ET AL. (2000) em
trabalho com fêmeas da raça Nelore com idades variando de 3,5 a 14,5 anos estimou
herdabilidade para característica peso adulto na ordem de 0,36, utilizando o método
de REML; valor este inferior ao encontrado por KOOTS ET AL. (1994) e OLIVEIRA ET AL.
(1994) cuja estimativa da herdabilidade foi de 0,63. FARIA (2003) ressaltar que a
herdabilidade alta desta característica demonstra a possibilidade de executar
pressão seletiva visando reduzir o tamanho adulto dos animais em rebanhos nos quais
este procedimento é necessário.
Evidências Práticas do Processo Seletivo
O grande problema da seleção é escolher os pais da próxima geração. Essa questão
quase sempre envolve avaliação de animais para mais de uma característica, e isso
requer que se estabeleça um "trade off" entre características para se chegar a uma
avaliação final para cada animal candidato a seleção. Atualmente podemos considerar
que o mais lógico é que ocorra uma seleção para a escolha de candidatos a touros
e vacas que aumentem a expectativa de lucro ou, pelo menos, a eficiência do animal
(MAGNABOSCO ET AL., 2002).
Conforme descrito por MAGNABOSCO ET AL., 2002, para atingir esse objetivo
principal, o lucro, obrigatoriamente temos que proceder a avaliação mediante
uso do índice de seleção, que estimará o potencial genético dos animais que
nos permitirão alcançar esse objetivo. Algumas etapas têm que ser definidas e
seguidas nesse processo do moderno melhoramento genético:
(a) Primordialmente, determinar as características economicamente importantes
e o valor relativo de cada uma delas dentro do objetivo de seleção do rebanho.
Obviamente que isso requer uma completa descrição do sistema de produção,
além de um modelo de simulação via computador que permitirá estimar as mudanças
no lucro e a importância de cada característica para esse lucro, inclusive,
estimando as mudanças devido a alteração em uma característica, enquanto
as outras permanecerem constantes
(b) Escolher o critério de seleção. Deve-se escolher critérios que tenham ligações
genéticas estreitas com características economicamente importantes. Por exemplo,
o perímetro escrotal aos 12 meses (PE) tem pouco valor econômico por si
própria, no entanto, a idade a puberdade em novilhas é muito importante.
Como a correlação genética entre PE e idade a puberdade em novilhas é alta,
o PE deve ser considerado na seleção.
(c) Otimizar e gerenciar a base de dados para facilitar a avaliação genética,
isso se torna particularmente importante quando consideramos características de
reprodução, devido a estrutura de coleta desses dados.
(d) Usar um índice de seleção que contemple todas as informações disponíveis para
a escolha dos touros e vacas no sentido de se aumentar a rentabilidade.
(e) Utilizar para o acasalamento somente animais com maior potencial genético
para rentabilidade, pois embora as DEPs tenham sido cuidadosamente estimadas,
algumas delas são puras ferramentas de marketing. O sistema de acasalamento
deverá estimar DEPs para rentabilidade dentro do Programa de Melhoramento
Genético - PMG. Equívocos nesse acasalamento podem gerar grandes perdas nos ganhos genéticos e econômicos
Ao tomar esses cuidados, a chance de sucesso genético e comercial na seleção de
qualquer rebanho se incrementa grandemente.
No caso apresentado nesse estudo, sendo possuidora de um banco de linhagens único,
incluindo as mais importantes linhagens do Nelore no Brasil, A Guaporé Pecuária S/A também vem
trabalhando com o aprimoramento da qualidade genética do rebanho, e principalmente,
preservando as indispensáveis variabilidades genéticas, essenciais a qualquer
programa de seleção e melhoramento. Fertilidade, crescimento, habilidade materna e
precocidade sexual são as prioridades desse trabalho. A Marca OB está desenvolvendo
seus trabalhos associada ao Programa de Melhoramento Genético da Raça Nelore, agora
denominado Nelore Brasil, desenvolvido na Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da
Universidade de São Paulo. Este programa vem sendo conduzido desde 1988, e tem como
objetivo principal promover o aumento da eficiência reprodutiva e da taxa de
crescimento nos rebanhos de corte, assim como, o estabelecimento de critérios de
seleção mediante a aplicação de técnicas clássicas de melhoramento genético animal
e modernas biotecnologias que possibilitem um aumento significativo da produtividade
nacional. Atualmente, é o programa de melhoramento genético adotado oficialmente
pela Associação dos Criadores de Nelore do Brasil.
Nesse contexto, e para este trabalho, destaca-se que a Marca OB realiza em
parceria com instituições de pesquisa como a USP, UNESP e Embrapa, estudos visando
a identificação, e desta forma, a multiplicação dos animais que aceleram o
progresso genético para fertilidade, e consequentemente maximizam o retorno
ao produtor.
Um exemplo de genética provada para fertilidade é o touro
Rastã OB, avaliado ao
longo dos anos pelo PMGRN - Nelore Brasil.
No Sumário de touros do PMGRN - Nelore Brasil, Edição de 2003, a genética
Rastã OB
apresentou excelentes resultados nos índices de reprodução, comprovando que as fêmeas
descendentes de
Rastã OB, têm o primeiro parto mais jovens (DEP IPP), produzem
mais quilos de bezerros desmamados por ano de vida no rebanho (DEP PAC) e produzem
os bezerros mais pesados da raça Nelore aos 120 dias de idade (DEP M120).
Neste estudo será enfocada a importância do Reprodutor para seleção das
características de grande importância econômica: Idade ao Primeiro parto (IPP),
Habilidade Maternal (HM), e Produtividade Acumulada (PAC) mediante a apresentação
de um relato da tendência genética ao longo das gerações de seus descendentes.
Objetivo que será lastreado na definição de um perfil genético para a família
Rastã OB.
Será discutido também como o uso de ferramentas como as DEP´s obtidas
dos programas de melhoramento e publicadas nos sumários, são úteis para auxiliar
o selecionador em seu trabalho de rotina.
Material e Métodos
Material
Para este estudo foram utilizadas DEPs de 25.771 animais da raça Nelore,
pertencente aos rebanhos da Marca OB participantes do Programa de Melhoramento
Genético da Raça Nelore conduzido pelo setor de Genética, Melhoramento e
Computação do Departamento de Genética da Faculdade de Medicina de Ribeirão
Preto. Esse conjunto de dados foi iniciado em 1978, ano de nascimento do animal
da raça Nelore Mocho, RGD H 4616, cujo nome era
Rastã OB, e contém inclusive
informações de DEPs do próprio animal, sendo considerado geração 0, ou parental.
Para o calculo das DEPs dessas características reprodutivas, os grupos contemporâneos
da idade ao primeiro parto consistiram de fazenda - ano - época ou estação de
nascimento da vaca. Para as análises de peso adulto os animais foram agrupados de
acordo com a fazenda - ano de nascimento - ano da pesagem - época da pesagem
(estação das águas que compreende os meses de outubro a março e a estação da seca
que vai de abril a setembro). Para a produtividade acumulada o grupo contemporâneo
foi formado por fazenda - ano- época de nascimento da vaca. A época de nascimento
da vaca foi dividida em estação um, que compreendeu os meses de janeiro a março,
estação dois, de abril a junho, estação três, de julho a setembro e estação
quatro, outubro a dezembro. A idade da vaca ao parto não foi contemplada para
as características reprodutivas como efeito fixo, visto que estas características
refletem o mérito direto do indivíduo sem a influência maternal.
Para as características de crescimento como os perímetros escrotais, os
grupos contemporâneos consideraram animais nascidos na mesma fazenda - sexo - ano -
época do ano ou estação de nascimento. A idade da vaca ao parto foi dividida em
seis classes descritas, respectivamente, como: menor ou igual a três anos, maior
que três e menor ou igual a quatro anos, maior que quatro e menor ou igual a
cinco anos, maior que cinco e menor ou igual a seis anos, maior que seis e menor
ou igual a dez anos e maior que dez anos.
Todas as análises de estatistica descritiva dos dados foram realizadas com
o pacote estatístico SAS (2001) mediante o procedimento PROC MEANS. Foram
retirados das análises os animais que apresentavam sexo=0, um total de 39
animais, essas informações eram inconsistências contida nos arquivos de dados.
A TABELA 3 representa número de descendentes do
Rastã OB em cada geração
e o percentual que cada geração contribui para o conjunto total de dados.
Para esse estudo considerarse-á somente as gerações de 1 a 5 por conterem 99.4%
de todas as observações válidas. A análise descritiva dos dados avaliados neste
estudo considerou as características reprodutivas estudadas: idade ao primeiro
parto (IPP), habilidade maternal aos 120 dias, peso adulto (PA), produtividade
acumulada (PAC) e perímetros escrotal (PE 365, 455 e 550).
Na FIGURA 1 está representada a proporção dos animais avaliados pelo PMGRN
descendentes do touro
Rastã OB, e a população total do PMGRN.
FIGURA 1 - Proporção da população de animais avaliados pelo PMGRN descendentes de
Rastã OB (25.771 animais) e o efetivo populacional do PMGRN (542.736 animais)
considerados nesse estudo.
Considerando-se que o PMGRN possui uma base de dados consolidada, com estrutura de
dados fidedigna e mais de um milhão de registros de pesagem (LOBO ET AL, 2002) a
participação na amostra estudada de
Rastã OB (H 4616), torna-se extremamente
interessante em especial por tratar-se de um touro mocho cuja população é bem
menor que a do Nelore padrão.
Métodos
Cálculo das Diferenças Esperadas na Progênie - DEP
A identificação correta do valor genético (duas vezes a DEP) dos animais,
permite a modelagem genética do tipo animal que melhor se adapta ao sistema
de produção e aos objetivos de seleção.
Conforme descrito por LÔBO ET AL., 2003, as características de reprodução foram
analisadas estatisticamente pela metodologia dos modelos mistos (BLUP), sob modelo
animal completo (BOLDMAN ET AL., 1995). As (co) variâncias foram estimadas em
análises bicarater prévias da base de dados do PMGRN, usando como característica
relacional, que estabelece a ligação comum com as outras, o peso aos 120 dias de
idade. As covariâncias entre efeitos maternal e direto foram assumidas como zero.
Para as predições das DEPs das características de reprodução e de crescimento
foram utilizados registros de produção e genealogia. A identificação correta do
valor genético (duas vezes a DEP) dos animais, permite a modelagem genética do
tipo animal que melhor se adapta ao sistema de produção e aos objetivos de seleção.
Análise das regressões
Foram realizadas análises de regressão linear simples usando o procedimento reg do
pacote estatístico SAS. Os dados foram testados para normalidade, heterocedasticidade
e autocorrelação. Essas análises preliminares indicaram que os dados atendiam as
premissas da análise de regressão linear simples. A regressão foi realizada sobre
as médias das DEPs para cada geração, de acordo com o modelo:
Estas análises foram realizadas no intuito de verificar a tendência genética dessas
características para a amostra selecionada da família
Rastã OB ao longo das gerações.
Sempre que o teste F da regressão linear simples ser mostrou significativo (P <0.05),
concluiu-se que a geração influenciou as características estudadas. O R2, ou
coeficiente de determinação mostra qual a proporção da variação na variável estudada
que é explicada pelo modelo ajustado.
Resultados e Discussão
A análise descritiva das médias das DEP´s gerais do Programa de Melhoramento
Genético da Raça Nelore em 2004 para essas características reprodutivas
estão sumarizadas nas TABELAS 4 e 5.
A TABELA 6 representa as médias, desvios-padrão, mínimo e máximo de cada
característica estudada considerando o conjunto de dados original para o
touro
Rastã OB e seus descendentes para todas gerações disponibilizadas.
Dentro do PMGRN (nelore padrão e mocho) existem alguns touros que representam essa
situação apresentada nas tabelas 6, 7 e 8 de maneira bem evidente. Essa situação
é relativamente comum quando se estuda genearcas (MAGNABOSCO ET AL. 1997,
OLIVEIRA ET AL. 2002 e LOBO ET AL. 2003), apesar da verificação do perfil genético
tornar-se difícil por meio de comparação de médias (LOBO ET AL, 2003). Outros fatores
como o coeficiente de endogamia ou efeitos seletivos, baseados em características
não medidas nesse estudo, também poderiam interferir. LOBO ET AL. 2003 sugerem
estudos posteriores sobre esse tema. Conforme descrito por MAGNABOSCO ET AL. (1997)
e confirmado por OLIVEIRA ET AL. (2002) várias combinações entre acasalamentos de
linhagens diferentes podem estar propiciando o surgimento de novas famílias dentro
da raça Nelore no Brasil. É muito importante destacar que não somente a avaliação
genética do touro na geração a qual pertence é importante, mas seus descendentes
devem apresentar ou manifestar atributos genéticos para as características
estudadas.
Nesse estudo onde tentamos caracterizar geneticamente em termos quantitativo a
família
Rastã OB, foi muito importante observar que a formação de linhagens não
implica necessariamente no acasalamento direto de um reprodutor com os seus
descendentes, ou seja, o emprego direto da consanguinidade. Implica sim, na
utilização intensiva na reprodução de vários animais com origem ligada ao
ancestral comum, visando fixar características associadas a tal reprodutor
(OLIVEIRA ET AL., 2002).
Ao definir-se a existência de linhagens no rebanho, propicia-se ao selecionador
o conhecimento da estrutura genética dos reprodutores que estes utilizarão em
seus programas de seleção, explorando assim a heterose entre linhas, bem como
o potencial produtivo dos mesmos.
Observa-se pelas tabelas 6, 7 e 8 que existe uma constante evolução genética
para a maioria das características estudadas, não obstante possa estar existindo
a combinação genética favorável entre animais dessa população, é inquestionável
a contribuição do animal H 4616 para essa população. É recomendado que descendentes
de n gerações devem incorporar e melhorar (incrementar) esse melhoramento através
das gerações.
Conforme apresentado por MAGNABOSCO ET AL. (1997), OLIVEIRA ET AL. (2002), FARIA ET
AL. (2002a,b) além das linhagens importadas da India diversos touros que constituem
o plantel Nelore, estão propiciando a formação de famílias ao longo das gerações que
constituem um grupo de indivíduos com atributos genéticos únicos e similares para
as tais características de interesse econômico.
É obvio que essa estratégia pode levar ao aumento da endogamia ou consanguinidade.
Em pesquisa onde se estuda as regressões das médias das DEP´s das características
vinculadas a produtividade e lucratividade, o touro
Rastã OB, tem se destacado
no plantel OB, dentre outros planteis do PMGRN. Na realidade pelos resultados práticos
é a família constituída por esse animal.
As equações de regressão e coeficientes de determinação utilizadas nesse trabalho
estão sumarizadas na TABELA 9.
Concordando com os relatos de LOBO ET AL. 2003, considera-se que a geração
influenciou as características estudadas, lembrando que o R2, ou coeficiente
de determinação mostra qual a proporção da variação na variável estudada que é
explicada pelo modelo ajustado. No estudo desses autores fica evidente que é difícil
a definição de um perfil genético aos a primeira geração, pois influências da
endogamia, do número de progênies ou mesmo da heterose intra-racial podem alterar
a amplitude de variação e a média da DEP da característica que está sendo estudada.
Os resultados das análises de regressão são apresentados nas FIGURAS 3 a 5
demonstram a evolução genética da família
Rastã OB para as variáveis estudadas.
A FIGURA 3 representa a regressão das médias das DEP´s para perímetro escrotal por
geração, mostrando a tendência da família
Rastã OB para essa medida diretamente
relacionada, não só com crescimento mas com o desenvolvimento ovariano de suas
filhas. Essas apresentarão uma tendência de redução da idade ao primeiro parto.
A FIGURA 4 representa a regressão das médias das DEP´s para IPP e PAC por
geração. Pode ser observado os resultados favoráveis para IPP e no caso da PAC
observa-se valores muito acima do PMGRN nas gerações anteriores. O mesmo não
se repete principalmente na 5ª geração. Novos acasalamentos em programas de seleção
atuais, não devem estar contemplando essa característica pelos selecionadores.
Esses valores para a família
Rastã OB são ligeiramente superiores quando
analisados em uma população aparentada e endogâmica em ate 9% com o ancestral
comum, no caso, o touro
Rastã OB.
Como exemplo pratico, no caso da IPP, isso significa que a utilização de touros
dessa família produzirão fêmeas que irão parir mais cedo e consequentemente
produzirão mais lucros no rebanho. Pode ser observado que desde a Geração
1 (filhas de
Rastã OB) até a 5ª geração (fêmeas nascidas até outubro de 2003)
de seus descendentes, verifica-se uma redução para IPP dos animais descendentes
da família
Rastã OB.
A FIGURA 5 representa a regressão das médias das DEP´s para PAV por geração,
demonstrando a tendência genética dessa característica importante pois fêmeas
excessivamente pesadas, possuem elevada exigência de mantença além de serem
penalizadas em cálculos de relação de desmame e fertilidade real.
Considerando diferentes níveis de endogamia cujo ancestral comum era o touro
Rastã OB,
foram elaboradas 3 sub-amostras populacionais dos dados originais. Esses resultados
acompanhados de respectivas avaliações genéticas são apresentados na TABELA 10.
Observa-se os valores médios da família
Rastã OB dividida em diferentes níveis de
consanguinidade além das médias do PMGRN para as DEPs disponibilizadas. Observa-se
que em geral, as DEPs obtidas para a família
Rastã OB nos níveis de consanguinidade
entre 0 a 9% sempre foram iguais ou superiores às medias do PMGRN, em especial
para características de grande impacto econômico (IPP, PAV, PAC, Pesos pré e pós
desmame). A distribuição em efetivo populacional para cada uma dessas populações pode
ser melhor observada na FIGURA 6.
Em pesquisa similar (VOZZI ET AL 2003) e LOBO ET AL. (2003) observaram valores
médios para 4 DEPs (M120, DP365, PE 365 e PAC) os principais genearcas da raça
Nelore. Nesse estudo para a família
Rastã OB verificou-se que essa família
apresenta valores superiores em relação a média do PMGRN para características de
IPP, PAV, M120, PE365 e PE455, em especial quando o parentesco com o ancestral
comum é maior.
De acordo com PEREIRA (2004), indivíduo consanguíneo é aquele resultante de
pais que são parentes. Quanto maior for o parentesco entre os pais maior será
a consanguinidade do(s) filho(s). O fato dos pais de um indivíduo serem
geneticamente semelhantes aumenta a probabilidade de que ele receba de seus pais
genes idênticos, que representam cópias de um mesmo gene presente em um ancestral
comum. No caso desse estudo o ancestral comum estudado foi o touro
Rastã OB,
cujos descendentes que apresentavam um coeficiente de consanguinidade de zero
a 9% tiveram um desempenho produtivo e reprodutivo favorável em relação aos
não consanguíneos. Esses resultados são similares aos obtidos por AMARAL (1986),
citado por PEREIRA (1999) na raça Nelore, que detectou efeito significativo da
endogamia sobre características de crescimento e de reprodução. Até o nível de
12%, os animais consanguíneos foram mais pesados do que os não consanguíneos.
Acima deste valor, houve diminuição na média de todos os pesos avaliados à várias
idades. Para o intervalo de partos, vacas com até 3% de consanguinidade apresentaram
menor duração. A partir de 9% de consanguinidade, houve aumento de até dois meses
na duração do intervalo de partos.
É de fundamental importância destacar que não se está recomendando acasalamentos
que elevem a consanguinidade, o que resulta em diminuição da variabilidade genética,
e consequentemente a resposta à seleção. No caso apresentado na FIGURA 7 fica
evidente a necessidade de se controlar e se necessário utilizar a consanguinidade
em níveis recomendados tecnicamente pela literatura cientifica.
No caso dessas "novas famílias" o touro
Rastã OB, H 4616, ou seja
Geração 0, já havia se destacado no Sumário do PMGRN de 2001,
apresentando os seus descendentes Xangô e Pinókio como líderes para
Produtividade Acumulada (DEP PAC).
Resultados da Família Rastã OB em Sumários 2003
Os resultados obtidos das avaliações genéticas em Sumários da raça Nelore
no ano de 2003 foram muito positivas, comprovando experiências de campo de
vários pecuaristas no Brasil. (MANICARDI, 2004).
Habilidade Maternal - DEP M120:
Fêmeas da linhagem Rastã OB, filhas de três de seus descendentes, enumerados abaixo, produzem os bezerros mais pesados da raça Nelore aos 120 dias de idade. O universo avaliado pelo PMGRN/USP 2003 é de 10.057 touros.
1º |
Grifo da Santa Marta |
DEP M120 +6.9 Kg |
2º |
Pinókio da Três Marias |
DEP M120 +5.8 Kg |
3º |
Quitoco da Santa Maria |
DEP M120 +5.5 Kg |
Idade ao Primeiro Parto - DEP IPP:
Adicionalmente, as novilhas que dão a sua 1ª cria mais jovens na raça Nelore, num universo de 10.410 touros avaliados pelo PMGRN/USP 2003, são filhas de touros descendentes de Rastã OB. Sendo eles:
1º |
Caetê OB |
DEP IPP -1,8 meses |
3º |
Dólar OB |
DEP IPP -1,1 meses |
Produtividade Acumulada - DEP PAC:
As fêmeas da linhagem Rastã OB, filhas de dois de seus descendentes, Dólar e Caetê,
e do próprio Rastã OB, lideram o ranking de quilogramas de bezerros desmamados por ano.
Num total de 10.112 touros avaliados pelo PMGRN/USP 2003, podemos esperar que as
filhas destes três touros produzam, acima da média, mais quilogramas de bezerro
desmamados por ano de vida no rebanho, expressos pela DEP PAC:
1º |
Dólar OB |
DEP PAC +10.6 Kg/ano |
2º |
Caetê OB |
DEP PAC + 9.2 Kg/ano |
3º |
Rastã OB |
DEP PAC + 8.5 Kg/ano |
Também no ano de 2003, além do excelente desempenho nas análises de desempenho
reprodutivo, a genética de Rastã OB obteve através de seu neto, Empório da Três
Marias, o Primeiro Lugar no Sumário EMBRAPA/ABCZ para peso aos 420 dias, num
total de 19.185 touros avaliados. Sua DEP aos 420 dias atingiu +31,45 quilogramas.
Considerações Finais
Esses resultados, mesmo que apresentados de forma ainda não definitiva demonstram
as grandes qualidades da família Rastã OB, considerada um fenômeno genético dentro
do Nelore brasileiro.
Apesar de ser difícil traçar um perfil genético por varias razões já discutidas nesse
trabalho, quando se leva em conta a contribuição da família Rastã OB em termos
populacionais dentro do PMGRN e considerando-se uma endogamia de 1 ate 9% os resultados
obtidos para as varias DEPs são realmente animadores
Resultados nos Sumários PMGRN em 2003 e da Embrapa/ABCZ claramente demonstram
o desempenho da família Rastã OB para diversas características de interesse
econômico, e que podem ou não viabilizar a atividade pecuária.
Para reforçar esses resultados, as tendências genéticas para as características
de fertilidade e produção confirmam o potencial genético de animais dessa família
Rastã OB.
Agradecimentos
Os autores agradecem a Guaporé Pecuária S/A, ao CNPq, e à ANCP pelo apoio financeiro
e confiança, sem os quais seria impossível a realização desse trabalho
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(1) Pesquisador da Embrapa Cerrados/Arroz e Feijão, Pesquisador Visitante do Departament of Animal Science,Universidade da Califórnia,Davis, E.U.A - Caixa Postal 08223, Planaltina/DF, Brasil
cdmagnabosco@ucdavis.edu ou mclaudio@cpac.embrapa.br
(2) Grupo OB, Pontes e Lacerda/MT, Brasil
guaporepecuaria@guaporepecuaria.com.br
(3) Bolsista do CNPq, Embrapa-CNPAF/CNPGL - Goiânia/GO, Brasil
anapaula@cnpaf.embrapa.br
(4) Bolsista do CNPq, Embrapa-Cerrados/ CNPAF/UFG - Goiânia/GO, Brasil
vbarbosa@cnpaf.embrapa.br
(4) USP-FMRP - Depto de Genética - Ribeirão Preto/SP, Brasil
lafbezer@genbov.fmrp.usp.br
(5) USP-FMRP - Depto de Genética/ANCP, Brasil
raysildo@ancp.org.br
Consulte-nos: vendas@marcaob.com.br