RASTÃ OB - Um Fenômeno Genético
Cláudio de U. Magnabosco (1), Fernando Manicardi (2), Ana Paula Madureira (3), Luiz A.F. Bezerra (4) e Raysildo B. Lobo (4)
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Rastã OB
Na pecuária nacional um dos parâmetros que mais tem causado prejuízos, além do potencial de crescimento é a baixa fertilidade, pela magnitude e os efeitos que podem causar, em muitos casos levando a inviabilização da atividade pecuária. Dentre os vários fatores apontados como causa de baixa fertilidade, a genética apresenta-se como uma das principais causas de insucesso da atividade. É fundamental a utilização de touros e linhagens que se destaquem positivamente nas características de crescimento e fertilidade.
A Marca OB realiza em parceria com instituições de pesquisa como a USP, UNESP e Embrapa, estudos visando a identificação, e desta forma, a multiplicação dos animais que aceleram o progresso genético para fertilidade, e a consequente maximização do retorno ao produtor.
Um exemplo de genética provada para fertilidade é o touro Rastã OB, avaliado ao longo dos anos pelo Programa PMGRN - Nelore Brasil, coordenado pela Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto/SP.
No Sumário de touros do PMGRN - Nelore Brasil, Edição de 2003, a genética Rastã OB apresentou excelentes resultados nos índices de reprodução, comprovando que as fêmeas descendentes de Rastã OB, têm o primeiro parto mais jovens (DEP IPP), produzem mais quilos de bezerros desmamados por ano de vida no rebanho (DEP PAC) e produzem os bezerros mais pesados da raça Nelore aos 120 dias de idade (DEP M120).
Rastã OB já havia se destacado no Sumário do PMGRN de 2001, apresentando os seus descendentes Xangô e Pinókio como líderes para Produtividade Acumulada (DEP PAC).
Os resultados do Sumário de 2003 foram os seguintes:
Habilidade Maternal - DEP M120
Fêmeas da linhagem Rastã OB, filhas de três de seus descendentes, enumerados abaixo, produzem os bezerros mais pesados da raça Nelore aos 120 dias de idade. O universo avaliado pelo PMGRN/USP 2003 é de 10.057 touros.
1º |
Grifo da Santa Marta |
DEP M120 +6.9 Kg |
2º |
Pinókio da Três Marias |
DEP M120 +5.8 Kg |
3º |
Quitoco da Santa Maria |
DEP M120 +5.5 Kg |
Idade ao Primeiro Parto - DEP IPP
Adicionalmente, as novilhas que dão a sua 1ª cria mais jovens na raça Nelore, num universo de 10.410 touros avaliados pelo PMGRN/USP 2003, são filhas de touros descendentes de Rastã OB:
1º |
Caetê OB |
DEP IPP -1,8 meses |
3º |
Dólar OB |
DEP IPP -1,1 meses |
Produtividade Acumulada - DEP PAC
As fêmeas da linhagem Rastã OB, filhas de dois de seus descendentes, Dólar e Caetê, e do próprio Rastã, lideram o ranking de quilogramas de bezerros desmamados por ano. Num total de 10.112 touros avaliados pelo PMGRN/USP 2003, podemos esperar que as filhas destes três touros produzam, acima da média, mais quilogramas de bezerro desmamados por ano de vida no rebanho, expressos pela DEP PAC:
1º |
Dólar OB |
DEP PAC +10.6 Kg/ano |
2º |
Caetê OB |
DEP PAC + 9.2 Kg/ano |
3º |
Rastã OB |
DEP PAC + 8.5 Kg/ano |
Também no ano de 2003, além do excelente desempenho nas análises de desempenho reprodutivo, a genética de Rastã OB obteve através de seu neto, Empório da Três Marias, o primeiro lugar no Sumário EMBRAPA/ABCZ para peso aos 420 dias, num total de 19.185 touros avaliados. Sua DEP aos 420 dias atingiu +31,45 quilogramas.
Além desses resultados divulgados no Sumário Nelore Brasil de 2003, outros dados que serão publicados em sua totalidade no 2.º Seminário da Marca OB a ser realizado em Agosto de 2004, são sumarizados nas figuras de 1 a 6 abaixo.
Em pesquisa onde se estuda as regressões das médias das DEP´s das características vinculadas à produtividade e lucratividade, o touro Rastã OB tem se destacado no plantel OB, dentre outros.
Pode-se observar nas figuras a seguir, os resultados do touro Rastã OB e seus descendentes ao longo de 5 gerações, para cada uma dessas características de grande importância econômica.
Figura 1. IPP
A figura 1 representa a regressão das médias das DEP´s para IPP por geração para acompanhar a tendência da família Rastã OB para essa característica contemplada.
Isso significa que a utilização de touros dessa família produzirão fêmeas que irão parir mais cedo, e consequentemente, produzirão mais lucros no rebanho.
Pode ser observado que desde a Geração 1 (filhas de Rastã OB) até a 5.ª geração (fêmeas nascidas até outubro de 2003) de seus descendentes, verifica-se uma redução para IPP dos animais descendentes da família Rastã OB.
As figuras 2 e 32 representam a regressão das médias das DEP´s para pesos pré-desmame por geração, mostrando a tendência da família Rastã OB para esses pesos pré-desmame, tão importantes na seleção de bovinos da raça Nelore, tendo correlação com seu peso ao desmame.
Figura 2. P120
A figura 2 representa a regressão das médias das DEP´s para P120 dias por geração.
Figura 3. P240
A figura 3 representa a regressão das médias das DEP´s para P 240 dias por geração.
As figuras 4 e 5 representam a regressão das médias das DEP´s para peso aos 365 e 455 dias por geração. Serve para demonstrar a tendência da família Rastã OB para potencial de ganho de peso no período pós-desmame.
Figura 4. P365
Figura 5. P455
Esses resultados, mesmo que apresentados de forma ainda não definitiva, servem para indicar as grandes qualidades da família Rastã OB, considerada um fenômeno genético dentro do Nelore brasileiro.
(1) Pesquisador da Embrapa Cerrados/Arroz e Feijão, Pesquisador Visitante do Departament of Animal Science,Universidade da Califórnia,Davis, E.U.A - Caixa Postal 08223, Planaltina, DF, Brasil. E-mail: cdmagnabosco@ucdavis.edu ou mclaudio@cpac.embrapa.br
(2) Grupo OB, Pontes e Lacerda - MT. Brasil. E-mail: guaporepecuaria@guaporepecuaria.com.br
(3) Bolsista do CNPq, Embrapa-CNPAF/CNPGL - Goiânia - GO, E-mail: anapaula@cnpaf.embrapa.br
(4) USP-FMRP - Depto de Genética - Ribeirão Preto - SP , Brasil. E-mail: lafbezer@genbov.fmrp.usp.br
(5) USP-FMRP - Depto de Genética/ANCP, Brasil. E-mail: raysildo@ancp.org.br
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